terça-feira, 10 de maio de 2016

One-Punch Man: O Homem de um soco só

Com apenas um soco, eu...



Que o mercado de quadrinhos no geral está saturado isso todo mundo já sabe. Tem títulos para todos os gostos e bolsos. Mangás, por exemplo, sempre foi um meio mais diversificado, visto que há títulos direcionados para cada tipo de público, sendo os mais comuns os shonen e shoujo - o primeiro mais famoso e com títulos que chegam a agradar tanto o público masculino como o público feminino.

Claro que dentro de qualquer estilo há aqueles que caem no básico clichê, que acaba fazendo com que seu desenvolvimento seja um tanto previsível: um protagonista que a cada desafio vai se superando, a ponto de enfrentar e derrotar um inimigo mais forte e por aí vai.

É à partir daí que One-Punch Man se destaca. Ele simplesmente foge dos clichês basicão de shonen quando somos apresentados à Saitama, protagonista do mangá que é "um homem que se tornou herói por hobby", tornando-se extremamente forte à ponto de destruir (literalmente) os monstros com os quais luta com apenas um soco! (bom frisar que Saitama só é forte por ter treinado duro por três anos, como se não houvesse amanhã, até ficar careca. Sua história; aliás, é mostrada em flashbacks durante a narrativa). Legal né? Só que para Saitama não é bem assim.


Pois é, a única coisa que Saitama quer (e é mostrado nesse primeiro volume) é sentir a excitação que um bom combate proporciona, por isso que ele tem aquela cara de tédio, o que (vendo por um lado) acaba se tornando o objetivo do nosso protagonista, abrindo a possibilidade de One-Punch Man se tornar tão longo quando os One Piece da vida, tornando-se uma daqueles "traps".

Tá, se é um trap, por que eu decidi ler? Bom, boa parte disso foi a quebra de clichê básico citado acima. Acreditem, quando você lê bastante ou assiste bastante animês, chega uma hora que nenhum te atrai por causa do eu-já-sei-o-que-vai-acontecer, e isso acaba te desanimando bastante, até que você acaba influenciada e se expande lendo HQs americanas. (aliás, pretendo falar sobre isso em um outro post, sabe-se lá quando).

Outro motivo de eu ter gostado do título, é ter visto duas cenas do anime mostradas (selecionadas) por um amigo que adorou o anime, bem como a qualidade que ele saiu por aqui (preço x qualidade), em que a Panini acertou em cheio quando decidiu fazer edições de luxo, que começou com o relançamento de Berserk (se não me engano), pensando quase sempre no poder aquisitivo de seus fãs. Confesso dizer que atualmente ela está sendo minha editora preferida para mangás, e talvez isso implique eu estar comprando somente 2 títulos dela e de vez em quando (esporadicamente, quando sai, algum título da outra). Ir no lançamento só reforçou mais a vontade de tê-lo, porque, sabe como que é né? É outra coisa quando você tem o contato com a equipe editorial.

E se em One-Puch Man, o protagonista já é o tal, qual foi a graça de lê-lo? É óbvio que somente o objetivo do protagonista não é capaz de interessar cem por cento no mangá, contudo, o autor One teve uma ótima sacada: mesclar características dos heróis americanos com os tokusatsu japoneses (com direito a monstros gigantes) e bastante referência ao universo da cultura pop em geral, divertindo quem entende as referências e entretendo o leitor. Dois exemplos que eu poderia dar aqui e agora (e que até o próprio Nagado fez em seu blog, o Sushi POP) é a semelhança do personagem Saitama com o Anpanman (um dos mais populares animês infantis no Japão de acordo com o Wikipédia); e o outro é o primeiro vilão (que aparece logo de cara), o Vaccine Man, que é bastante parecido com o Picollo de Dragon Ball.


Outra coisa que não posso deixar de falar aqui é o universo em que Saitama está inserido. Há poucas explicações sobre a vinda dos monstros para o nosso mundo, mas a maneira que foi colocada dentro do quadrinho e as cidades terem nome como Cidade "Z" tem toda aquela certeza de não precisa de explicação. 

O mangá tem bastante elementos de comédia, como quando Saitama se preocupa com coisas levianas quando uma cidade inteira está sendo devastada ou quando ele está indo enfrentar um monstro gigante e do nada ele se lembra de ter esquecido de separar o lixo incinerável, ou as próprias referências, parodiando outras obras (os americanos e os tokusatus). Podem ser coisas bobas, mas que no fim acaba dando característica a história. O desenha Yusuke Murata acaba dando um efeito de movimentação com cenas cinematográficas em estilo mangá.

Como eu disse acima, a Panini caprichou no volume 1 de One-Punch Man (e eu espero que os outros continuem do mesmo jeito), quando resolveu lança-lo no mesmo formato de Planetes, BERSERK, Naruto Gold e Vagabond. 



Custando R$16,90, o mangá vem em papel off-set (que apesar de ser branco, não cega tanto quem lê a luz do sol ou artificial). Assim como acontece com Vagabond, One-Punch Man traz orelhas, só que o diferencial é que OPM vem com uma imagem com efeito de profundidade que estará presente em cada volume (uma coisa que a editora conseguiu manter da edição japonesa. Na edição 5, a editora errou a dobra, e a Panini tentará corrigir aqui). Aliás. todas as ilustrações originais foram mantidas. E a edição ainda traz um marcador de brinde para os leitores. O único problema é que a introdução do mangá está em inglês, mas nada que atrapalhe a leitura da obra.


Só uma curiosidade: One-Punch Man começou a ser serializado como uma web comic, e chamou a atenção dos figurões que resolveram chamar o Murata para ilustrar a obra. Pode ser meio difícil de encontrá-lo em bancas (creio eu que a Panini fará um relançamento do quadrinho). Ah, por incrível que pareça, ele acabou sendo até citado na revista Mundo dos Super-Heróis 78.

Com apenas um soco, eu... O que você faria com apenas um soco!?

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Um comentário:

  1. Oie! Apesar da fama, ta aí uma história que sei lá, não me interesso mais em ler. :/ Apesar de vc dizer que é diferente de outros shounen, para mim parece tão igual. @_@~

    Beijos!
    Sussurro do Ar

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