sábado, 20 de setembro de 2014

Os Cavaleiros do Zodíaco - A Lenda do Santuário

Celebração em grande estilo



Duas décadas depois de virar fenômeno na TV brasileira, CDZ mostra que ainda tem cosmo para queimar.

Existe sentimento melhor do que assistir a sua série favorita novamente? Não né. Ou talvez sim. Vê-la no cinema toda repaginada e ainda gostar do resultado!

Considerando uma das notícias mais impactantes desde que a série foi criada, Masami Kurumada e a Toei Animation anunciaram duas grandes novidades no dia 06 de fevereiro de 2012. Uma delas foi o anime Saint Seiya Ômega, aquele que causou rebuliços na internet. A outra, causando rebuliços recentes, foi a do filme em Computação Gráfica. O anúncio, contudo, foi feito através de uma imagem publicada no site oficial da própria Toei Animation sob o título provisório de Saint Seiya The Movie. O site CavZodiaco afirmou que era algo totalmente fora do contexto original da série - e tecnicamente eles estavam certos.


Dois anos depois do anúncio,eis que em 2014 finalmente o filme faz sua grande estreia no Brasil, para a alegria e revolta de todos os velhos e conquistando novos fãs da série.

Distribuído pela Diamon Films Brasil (a mesma de Dragon Ball: A Batalha dos DeusesOs Cavaleiros do Zodíaco - A Lenda do Santuário teve uma boa estreia em solo brasileiro, arrecadando um pouco mais do que 3 milhões de reais, levando 250 mil pessoas ao cinema no final de semana de estreia, sendo este número bem superior ao da sua estreia no Japão - que aconteceu em julho. No geral, CDZ ficou em segundo lugar em arrecadação no Brasil, perdendo somente para Hércules, mas que garantiu o "título" de melhor estreia do final de semana, visto que Hércules já estava em sua segunda semana de exibição.

O filme conseguiu, assim como sua última série, intitulada Ômega dividir a opinião do fandom, causando algumas boas brigas de mil anos, entre aqueles que gostaram e aqueles que não gostaram do filme.


Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário trata-se de um filme especial. Não somente pelas suas peculiaridades mas por ser um marco tanto na vida daqueles que conheceram a série na extinta TV Manchete, como para seu criador, Masami Kurumada, já que se trata de uma obra em homenagem aos 40 anos de sua carreira - e claro, não podemos esquecer daqueles que vão conhecer a série através do filme.

O filme, dirigido por Keiichi Sato e com o próprio Kurumada como produtor executivo trata de um reboot, ou seja, ele mantém os elementos mais importantes da história com mudanças sutis, essas que se fizeram perspectivas para o fãs, inclusive para aqueles que amadureceram desde seu primeiro contato com a obra, há 20 anos atrás. A Lenda do Santuário, foca-se na Saga do Santuário - bastante conhecida e considerada a melhor saga da série por muitos, que vai desde o episódio 01 ao 73 -, em que Seiya, Shun, Shiryu, Hyoga e Ikki têm que atravessar as 12 casas do zodíaco afim de salvar a vida de Saori, a reencarnação de Atena, derrotando no caminho os protetores de cada casa. Até aí tudo bem. O problema é que mudanças foram feitas, afim de adaptar os episódios em duas horas de filme, com visual mais arrojado e uma pegada mais adulta.


A Lenda do Santuário não é uma retratação fiel do anime, ainda mais porque duas horas não seriam suficientes para colocar todas as situações que os defensores de Atena viveram ao longo da Saga do Santuário - até porque algumas lutas durariam isso. Alguns embates foram iguais, enquanto outros foram totalmente diferente do contexto original, havendo um pouco mais de contato corpo a corpo, tirando um pouco a ênfase dos golpes, mas sem perder a graça. O enrendo lembra bastante os jogos de luta, onde você vai derrotando os inimigos até chegar no chefão, o que, convenhamos, existe no mangá desde 1986, só que de uma forma clara e objetiva - e o gráfico ajuda nessa parte.

Diferente do anime, o filme leva um tom mais leve, com inserção do cômico quase inexistente e não se foca tanto na pancadaria, havendo mescla de ambos os elementos em sua composição. Seus personagens carismáticos e com personalidade se mostraram importantes para o andamento da obra, que mesmo corrido por causa do tempo, provando que não precisa ser um animes só de lutas. Outra coisa bastante notável é o visual arrojado que todos os personagens receberam, tornando-os mais "cool" e moderno dando também uma aparência condizente com a idade - coisa que não aconteceu na série original -, junto com a real diferença das forças dos cavaleiros de ouro com os de bronze.


O longa conta com uma estética de Computação Gráfica (CG) muito próxima do último jogo lançado da franquia, intitulada Saint Seiya Brave Soldiers, mas com uma certa atualização, trazendo o universo de CDZ mais próximo da nossa realidade e dando à todos um belo show de imagens, com cenas de tirar o fôlego. Uma pena que o filme não tenha sido feito em 3D. O longa visa atrair não somente os fãs obcecados, que em algum momento da infância tiveram contato com a obra, mas também atrair um novo público - ouvi relatos que a obra agradou aos mais novos. 

Além de trazer um sentimento de nostalgia aos fãs mais antigos, o filme desperta também a curiosidade já que consegue ser diferente ao mesmo tempo que é igual. É necessário que tenha a mente aberta para mudanças, caso contrário, as comparações - que são inevitáveis - se tornarão o obstáculo para que você venha a gostar do filme, com altas chances de você sair desapontado. Há, inclusive, diversas referências a tudo já criado da franquia, desde a série clássica e passando por todos os spin-off (Episódio G, The Lost Canvas, Ômega, Next Dimension), utilizando-se suas principais características, tornando o longa a homenagem merecida aos 40 anos da carreira do Mestre Kurumada e nos presenteando com suas referências - faltou o Shantia Shô. O filme até costurou alguns furos, herança da animação clássica, dando sentido à varias coisas que sequer existia no original, mas também deu brechas para que outros fossem abertos - o que é afinal, um queijo-suíço sem seus furos?


A versão nacional do filme pode ser vista como um presente para os fãs. Os dubladores, responsáveis por darem vida a cada personagem são os mesmo de 20 anos atrás, com somente duas mudanças: a primeira pela morte do Valter Santos (Camus de Aquário); a segunda a mudança de sexo de Miro de Escorpião. Para aqueles que não sabem, na época que os OVAs da Saga de Hades foram dublados por aqui, sua primeira fase: Santuário, foi dublada na falida Álamo, enquanto as fases Inferno e Elísios foram dubladas na DuBrasil - que aliás, é o mesmo estúdio que dublou o filme. Devido a troca de estúdio, dois dos dubladores "originais" não aceitaram trabalhar lá, no que resultou na mudança de ambas as vozes, que retornaram nesse longa. Para a nossa alegria!

E ao que pude perceber, não houve nenhuma sala de cinema que o exibisse legendado com áudio original - é, o pedido dos fãs foram atendidos. É curioso esse cuidado que se tem por aqui em manter os mesmos dubladores da série original, enquanto no Japão todo o elenco (inclusive Toru Furuya, dublador do Seiya) foi trocado.

A trilha sonora continua impecável como sempre, com destaque para o show a lá Disney do Mascara da Morte e sua música tema, que assim como ocorre no longa A Lenda dos Defensores de Atena e O Prólogo do Céu, conta com uma música escrita especialmente para a ocasião - é, aqueles que queria ouvir Pegasus Fantasy se decepcionaram. Intitulada "Hero", a música tema foi produzida e escrita por Yoshiki (X-Japan) e interpretada por Katie Firzgerald no projeto "Yoshiki Classical II".

Seguindo o padrão dos filmes da Marvel, CDZ - A Lenda do Santuário conta também uma cena pós crédito. Uma boa pedida para que você possa ouvir "Hero" inteira e ainda sair do cinema com um sorriso no rosto. Ou não.


O mais legal de tudo isso é que o filme, mesmo tendo sua estreia quase dois meses depois com relação ao Japão, teve sua estreia justamente no mês que a série comemora 20 anos no país - coincidência? O que, aliás, foi um grande marco, abrindo as portas para os animes por aqui, dando início a corrida de emissoras por atrações do gênero e conquistando fãs, que ainda hoje, 20 anos após continuam firmes, fortes e cheios de mimimi.

O filme, apesar de todas as mudanças é bom - para mim ele foi ótimo - e eu adorei o resultado final. Contudo, ainda estamos longe de agradar gregos e troianos. Não comente sem ao menos conhecê-lo, baseando-se apenas em comentários que ouviu de outros. Assista (se possível legalmente) e crie sua própria opinião com relação à obra. É muito provável (e eu li entrevistas com o diretor) que um próximo filme venha por aí, sabe-se lá quando, seguindo os moldes de computação gráfica deste. Tudo depende do resultado final, que até o momento já se mostrou satisfatório. Esteja aberto a mudanças. A vida é feita disso!


E você? Já sentiu o cosmo?

Comente com o Facebook:

Um comentário:

  1. Olha, eu sou da época da febre de CDZ no Brasil e os fãs, bom, os fãs de CDZ são tão fiéis quanto os de Sailor Moon e eu até entendo a birra deles com o novo filme, mas sinceramente Nat? Cansada desse blá blá blá todo isso sim! É muito mimi pra pouco filme kkkkkkk

    ResponderExcluir

Opinem, comentem, compartilhem, façam como o filme "A Corrente do Bem" e passe adiante!


E Por favor! Sem palavras de baixo escalão, ou que possa denegrir qualquer pessoa. Lembre-se, quem escreveu o post é uma pessoa igual a você (nem melhor e nem pior). Comentários deste tipo serão deletados.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...