Deixando o Preconceito de Lado: Saint Seiya Ômega

No dia 06 de fevereiro de 2012 foi anunciada na internet a nova série Saint Seiya Ômega, que causou furor em todos os sites, fórum e comunidades que possuem a temática centrada em anime/mangá.

Para a surpresa, animação e talvez decepção do fandom de Saint Seiya, que é grande no Brasil devido ao boom que a séria causou na década de 1990, a Toei Animation deu uma reformulada na série original, criando assim uma nova série. 

A Toei Animation, junto da PlayArte (detentora dos direitos do anime por aqui) realizou uma pré-estreia mundial do primeiro episódio, no dia 30 de março. E, o Brasil era um dos países que estava incluso para tal exibição.

Depois de quase 52 episódios (2 temporadas) exibidos na Terra do Sol Nascente e a terceira confirmada para abril próximo e com o anime em fase de dublagem para o português pela DuBrasil, eu tomei coragem, ou vergonha na cara e resolvi deixar meu preconceito de lado e assistir a continuação de Saint Seiya.

Com 6 episódios assistidos e devidamente listados no MAL, e ainda baixando, vou mostrar aqui o meu parecer sobre a obra que vem dividindo muito os fãs deste amado e odiado anime.

"O enredo de Omega acontece no futuro, 25 anos depois das guerras santas narradas no mangá original e sua adaptação para anime. A deusa Atena ainda está na Terra enfrentando o mal como vem fazendo há milênios. Atena e sua nova geração de Cavaleiros se preparam para enfrentar um novo inimigo que surge nesta nova era, em que Seiya de Pégaso, o protagonista do mangá de Kurumada, é reverenciado como um Cavaleiro lendário."

Sinopse retirada do site Sakura Animes

Saint Seiya Ômega vem mostrando que a Toei pretende inovar com séries antigas, como vem fazendo com Dragon Ball em seu remake Dragon Ball Kai e em seu novo filme que deve estrear este ano, além do remake previsto para este ano de Sailor Moon.  O anime é como se fosse os novos filmes de Star Trek produzidos pelo J.J. Abrams para Saint Seiya, uma forma de inovar trazendo novos públicos e não deixar que o antigo se esqueça da série.

Só que talvez, para os fãs mais antigos, como eu talvez essa "pegada" não tenha dado muito certo. Não sei se é o traço (que infelizmente não foi produzido por Shingo Araki, responsável pelos traços da série clássica e da saga de hades) de Yoshihiko Umakoshi. Mesmo que Umakoshi respeite o traço de Shingo, possui uma característica própria, assim como Shiori Teshirogi em Saint Seiya The Lost Canvas.

Tudo bem que o anime se passe 25 anos após os acontecimentos da série clássica, ou da saga de hades, mais poxa, faltou um pouco de coerência na coisa toda, com por exemplo (cuidado, pode conter spoiler) o fato de Geki de Urso comentar sobre ter sido expulso do Santuário, e pelo que me recordo, isto nunca aconteceu.

Outras mudanças, além do traço é que agora existe a classificação do cosmo por elementos: como fogo, água, vento, terra, trovão, luz e trevas. E se formos pararmos para pensar é algo que já existia na série porém não era tratado como tal (a coisa era mais astrológica). Outra mudança significativa foi a exclusão da caixa de pandora (aqueles baús onde as amaduras ficavam guardadas) por jóias que são ativadas dependendo da vontade do portador. Instigante e ao mesmo tempo inovador.

A parte do treinamento também ficou muito diferente. Existe até uma escola - que parece ficar antes do Santuário - chamada Palaestra. Esse lugar é onde os jovens treinam seus cosmo bem como seu elemento. Lembrando que algo similar pode ter acontecido na série clássica. Quem aí não se lembra que durante uns flashblack de Seiya de Pégaso, ele vê Shina após um treinamento com outras amazonas? Só faltou os professores.

Posso dizer realmente o que penso sobre essa série porque sou fã e acompanhei a saga dos guerreiros de Athena na luta contra o mal desde que me conheço por gente.

É difícil tentar ver uma série que sempre possuiu um ar sério com o ar desta animação. O estúdio é o mesmo, a Toei Animation e desde 2005 talvez a empresa vem fazendo pouco caso com a série. Começaram uma Saga através de um filme que foi desaprovado pelo próprio criador, Masami Kurumada e posteriormente esquecida além de terem feito de qualquer jeito as animações das duas últimas partes da Saga da Hades e bem, parece que continuam não querendo deixar a série morrer.

O problema é que estão querendo que a série agrade a gregos e troianos, e isso está bem claro no tipo da animação, já que a série é feita para fisgar o público jovem infantil de hoje, que está na faixa dos 10 anos - coisa que eu tinha a 11 anos atrás -, e como alvo o público feminino.

Pelo jeito que as coisas andam, eu serei aqueles fãs que amem e odeiem a série ao mesmo tempo. Amando porque legal o fato da Toei querer inovar uma série com mais de 25 anos e não deixar ela morrer, sempre tendo episódios e coisas novas mesmo após esse tempo. Odiando porque... bem Saint Seiya com cara de Sailor Moon é meio esquisito não?

O que me levou a assistir o anime foi...

O fandom de anime presente nas redes sociais. Vi muitos comentários positivos a cerca da obra, e muitos negativos também. E o que me deixou curiosa pela série, além do grande sucesso que vem feito foi um post num tumblr que pode ser confiro a seguir: O papel da Mulher em Saint Seiya Ômega (desabafo de uma fã). Nesse post, é focado a participação da mulher em CDZ Ômega, que cresceu bastante. Até mudanças ocorreram. Uma das personagens, uma das principais é uma amazona e preferiu não utilizar mais a máscara, pois aquilo não era ela verdadeiramente. Essa série mostra a evolução pela qual as personagens passaram, em especial as mulheres.

Talvez por esse motivo é que a série mereça uma atenção.

A questão é que infelizmente, ou felizmente a série fez sucesso e já está em produção o mangá da série, baseado no anime. E mais uma temporada vem por aí.

De fato, talvez eu seja aquelas fãs terminais que têm paciência e boa vontade para acompanhar todas as mídias pelo qual sua história do coração é levada. E fãs de Saint Seiya sabem muito bem o que isso significa.

"Me dê sua força Pégaso!"