Drifters, outro mangá do autor de Hellsing no Brasil

Uma opção para a sua leitura

Mangá insano, cheio de aventuras intensas e repleto de personalidades conhecidas.

O mercado nacional está crescendo, sem dúvida nenhuma. E não apenas em quantidade, mas também em qualidade. Investindo em mangás para um público mais adulto, a Nova Sampa Mangás trouxe títulos inovadores para esse segmento como Ikkitousen, Guren Langan, Old Boy, Nightmare Maker e até a volta do glorioso Vaganbond em sua versão de luxo. Contudo, eu vim para falar da novidade atual da editora, que atende pelo nome de Drifters.

Imagens utilizadas no post foram retiradas do site Mangá Host

Drifters é um mangá de autoria de Kouta Hirano, o mesmo autor de Hellsing que já foi publicado por aqui pela editora JBC. No Japão, Drifters conta com 3 volumes encadernados, lutando contra os hiatos do próprio autor visto que é serializado desde 2009. Temos mais um candidato a Yoshihiro Togashi, que publica esporadicamente Hunter x Hunter.

A Nova Sampa lançou os dois primeiros volumes que chegaram quase que simultaneamente nas bancas, visto que o primeiro foi lançado em junho, enquanto o segundo em julho, quebrando o paradigma da editora de publicações bimestrais.

O enrendo mostra Toyshisa Shimazu durante a Batalha de Sekigahara que após ter sido ferido mortalmente e antes de morrer é transportado para um mundo paralelo - onde a história acontece. Num mundo que não é somente habitados por humanos ele descobre ser um drifter e que seu objetivo é lutar contra os ends, a escória comandada pelo Lorde Negro... embora eles decidam dominar o país para alcançar tal objetivo.

Contudo, não é só por isso que o mangá chama uma atenção especial. Kouta Hirano mostra que consegue ser insano trazendo outros personagens históricos além de Toyshisa - que existiu, assim como a Batalha de Sekigahara -, há outros personagens históricos como Nobunaga Oda e Nasu no Yoichi, juntos de outros afim de protagonizar uma história totalmente doida.

O legal é que a participação de pessoas históricas não se limita somente aos três citados acima. Os Generais Aníbal e Publius Cornelius Scipio Africanus, o piloto japonês da Segunda Guerra Mundial Kanno Naoshi e os caubóis fora da lei Butch Cassidy e Sundace Kid são os que estão do lado Drifters. Do lado End temos uma louca Joana d'Arc, a princesa perdida Anastasia Ramanov, um Shinsengumi Hijitaka Toshizo e até o mago russo Grigori Rasputin. Com certeza outras figuras inusitadas aparecerão em algum momento. Até o Hitler deu as caras de modo indireto. *coloquei links para que vocês possam saber quem é foi quem

Com tantas figuras que fizeram parte da história a Nova Sampa optou por colocar curtas notas de rodapé ao estilo JBC, o que nesse caso é até compreensível, visto que o editor da Sampa é o ex-editor da JBC, Marcelo Del Greco. Se deu certo em um lugar, vamos repetir a dose. Ok, nesse caso a Panini ainda ganha.

Presumindo que essas aparições são como uma explicação ficcional para o que aconteceu depois da morte (do mesmo modo a personagem Kenshin Himura é para o verdadeiro Battousai o Retalhador em Rurouni Kenshin), a exemplo do corpo de Nobunaga Oda não ter sido encontrado após o famoso incidente de Honnoji. *me corrijam se eu estiver errada.

O mundo paralelo para qual os drifters fazem a passagem é tão fantástico quanto a Terra Média e suas referências ao mundo criado por Tolkien são claras como o dia. Eu vi Sauron no Lorde Negro (oi?) e os elfos aparecem bastante e até os hobbits e anões são citados como raças que fizeram parte daquele lugar. Não esquecendo dos dragões, magos e criaturas horrendas (que em muito me lembraram uns Orcs). Só eu que vi tal referência nessa surrealidade?

Contudo isso não é algo ruim, muito pelo contrário. Kouta Hirano possui uma mente insana como foi provado nas páginas preta e brancas de Drifters. A graça do desenho em si, embora tenha sido exagerado em alguns momentos e seus personagens estarem em constante overacting, como se sua vida dependesse disso torna o mangá bastante caraterístico. Kouta soube mostrar que seu mangá não limita-se somente a lutas, mas a estratégias e astúcia de personagens outrora reais em um mundo fantástico que ora tira o fôlego daquele que o lê ora nos faz rir de alguma passagem, tornando-o uma ótima opção de leitura, tanto para os fãs como não fãs do autor. 

Uma pena que talvez o mangá entre em hiatos em breve por aqui, devido a sua curta aproximação com a edição japonesa que apesar dos pesares torna-se um ótimo investimento, apesar de não haver nenhuma sinopse na capa de ambos os volumes, que poderia ajudar muito na hora de vender. 

Drifters é mais uma publicação da editora Nova Sampa, no mesmo formato de outros mangás da editora por um singelo preço de R$12,90, tendo como faixa etária para maiores de 16 anos (+16).