Child of Light

'Criança, aconchegue-se na cama'

Child of light é o que acontece se você juntar elementos de RPG com side-scroll

Child of Light é um jogo desenvolvido pela Ubisoft Montreal, utilizando-se a UbiArt Framework, a mesma engine utilizada anteriormente pela Ubisoft em Rayman Origins e sua sequência Rayman Legends, o que permitiu que o jogo fosse feito utilizando-se arte conceitual. Foi revelado em 2013 que Child of Light foi inspirado pelo Studio Ghibli e Yoshitaka Amano (tendo inclusive uma ilustração feita por ele) e na apresentação sendo semelhante a Limbo (outro jogo da Ubisoft).

Child of Light tem como protagonista Aurora, uma menina de 1985 da Áustria. Ao dormir em uma noite, ela acaba entrando em "coma" e acaba acordando em uma terra mítica chamada Lemuria. Lemuria teve seu sol, a lua e as estrelas roubados pela Rainha das Trevas, Umbra. Aurora agora tem a missão de recuperar os corpos celestes afim de salvar Lemuria e quem sabe assim voltar para junto de seu pai.

A história, inicialmente lembra bastante uma mistura entre a Bela Adormecida e O Mágico de Oz, onde a jovem donzela, ao cair num sono profundo cai num mundo desconhecido e deve assim descobrir uma maneira de voltar para casa, sem príncipe encantado, dependendo somente dela.

O jogo possui uma boa jogabilidade, em slide-scroll (lembrando bastante Super Mario World) mas com características dos RPG's japoneses, que possuem sistema de turnos nas batalhas. Assim como qualquer herói, Aurora também possui seu parceiro de aventura, que nesse caso aparece na forma de um vaga-lume de nome Igniculus. Ele te auxilia, e ajuda atrapalhando os inimigos com sua luminosidade.

Child of Light poderia ser só mais um jogo. E na verdade ele é. Sua diferenciação está em sua arte conceitual que são bem desenhados. Os cenários são uma obra de arte à parte, e trazem um trabalho bem próximo daqueles livros aquarelados. Contudo, o destaque para o uso das cores ficam no vibrante vermelho do cabelo de Aurora, que chama bastante a atenção para a personagem. Inclusive, a Ubisoft contou com a ajuda do Cirque Du Soleil, adicionando o aspecto teatral para os movimentos e figurino das personagens, dando mais arte ao jogo como um todo.

Além disso, o jogo cativa pela sua narração e diálogos que seguem-se sempre com rimas. Algo como: Aurora: “It’s locked”, Igniculus “I’m not shocked”. Esta característica permaneceu na versão em português do jogo, que não se restringe somente as legendas mas à sua dublagem. As partes de diálogos mais compridas são em forma de visual novel.

Child of Light está disponível para diversas plataformas: Playstation 3, Playstation 4, Playstation Vita, Wii U, Xbox 360, Xbox One e para Windows, através do Steam. Eu recomendo que tenha uma placa de vídeo decente para jogos, pois a que eu uso (que eu não faço ideia de qual seja) acaba deixando o jogo um tanto lento e dando umas travadinhas, o que não é ruim como um todo, pois me dá a chance de ouvir a excelente trilha sonora.

Uma pequena curiosidade é que a violinista hip-hop Lindsey Stirling fez uma música de mesmo nome. "Child of Light" (a música) é a versão instrumental da música "Shatter Me". A música faz parte do soundtrack do game e no vídeo Lindsey assumi o papel de Aurora, uma pequena princesa contra a escuridão, correndo através da floresta.

Lindsey Stirling - Child of Light

Concluindo. Child of Light é um ótimo jogo slide-scroll com sistema de RPG's japoneses por turnos em batalhas que segue o "padrão": ir em frente, vasculhar as áreas à procura de itens e complementos para a história, lutar com monstros para adquirir experiência, avançar de nível e por aí vai. Um jogo simples até demais. É difícil não se apaixonar.

Veja o trailer e apaixone-se também

Child of Light - Trailer de Lançamento [Dublado]

"[...] assim como num conto de fadas em uma terra estranha ela acordava."