Arlequina 2: Lado a lado com a Poderosa (Os Novos 52)

Quando o insano beira o absurdo

Dando continuidade a saga da palhacinha mais insana da DC, Arlequina: Lado a lado com a Poderosa foi lançado por aqui em outubro de 2015, e inclui as revistas Harley Quinn 9 - 16, lançadas originalmente de outubro de 2014 à junho de 2015.

A edição Harley Quinn #9: gaiola dos nerds loucos funciona como uma introdução para o arco principal do encadernado: a luta da piradinha lado a lado com uma Poderosa sem memórias. Aliás, são dois arcos para introduzir Kara Zor-El versão Terra 2 para a Supergirl e prima do Superman. O negócio começa mesmo em Harley Quinn #11: Sem poderes, onde a piradinha tem a brilhante (ou seria maluca?) ideia de enfiar na cabeça de uma alienígena sem memórias que as duas são uma Dupla Dinâmica de combate ao crime. (Só que não).

É óbvio que o final da história não vai ser "e mais uma vez o dia foi salvo graças à..." (até porque isso é de outro desenho), e tão logo depois da experiência que Arlequina teve com a Dona P, que marca a saída abruptamente da Poderosa na vida da Arlequina (Harley Quinn #14: Um dia na vida), nos vemos mais uma vez na rotina (caótica) da palhacinha quem tem vida dupla (ou seria tripla?) com seus afazeres como zeladora de um prédio, psicóloga, integrante do clube de patinação e por último, defensora dos indefesos enquanto tenta se engajar em um relacionamento amoroso. Ufa!

A história aliás, consegue beirar ao absurdo para alguém com o currículo de Arlequina tenha vida social, com direito a convivência familiar mas ainda assim maluca com seus novos amigos para logo adiante tentar "acertá-la", com situações heroicas que não combinam em nada com a personagem. Ok, eu querendo cobrar realismo e seriedade em um obra que tem como personagem principal uma psiquiátrica que se apaixonou por um maluco. 

O encadernado fecha em Harley Quinn #16: Tome cuidado com o que você deseja, que nos mostra a introdução da Gangue das Arlequinas, criada à partir de uma conversa de Arlequina com a Hera Venenosa que tem como objetivo ajudar a palhacinha na sua luta contra o crime em Coney Island. É um bom gancho para uma história que promete ser melhor do que a presente neste encadernado, que convenhamos, conseguiu ser abaixo do seu encadernado de estreia.

Assim como acontece em Arlequina 1: Uma estranha no ninho, a personagem brinca com a metalinguagem quando faz alusão (sem nunca citar nomes) à personagens de outros universos, como quando diz conhecer um bom advogado na Cozinha do Inferno ou estar viajando numa galáxia muito, muito distante, ou quando a Poderosa e a Arlequina falam com "Manos", uma alusão ao Thanos ou até quanto o próprio letrista aparece na história.

Infelizmente, esse encadernado foi um tanto ruizinho se comparado com o anterior. Foi bem aqueles "quando é que isso vai acabar?". Ao menos, publicações sobre Arlequina é o que não faltará em 2016. Com a chegada do filme do Esquadrão Suicida em agosto, é certo que a DC irá investir na personagem, que de acordo com os trailers, já nos mostra que ela será a favorita. Aliás, a palhacinha mais querida está de volta nas bancas com uma revista solo da série Convergência (mostrada AQUI), enquanto aguardamos o volume 3 sair.

Arlequina 2: Lado a lado com a Poderosa - outubro de 2015 - Amanda Conner, Jimmy Palmiotti e Chad Hardin (e diversos outros grandes artistas) - 172 páginas - em andamento/periodicidade eventual - Panini Comics - R$22,90

Mais insana do que nunca
Quando a super-heroína Poderosa despenca dos céus na vizinhança da Arlequina, em Coney Island, a heroína/vilã/justiceira/síndica/insira-aqui-sua-opção mais doidinha do Universo DC só vê uma opção: criar um novo uniforme para si e contar a mentira do século, fazendo a amnésica Poderosa acreditar que as duas são uma Dupla Dinâmica de combate ao crime! Mas quanto tempo Arlequina conseguirá sustentar sua falácia e se manter na linha?

Continua em Arlequina 3... quando a Panini juntar histórias suficientes para mais uma edição gordinha e inédita com a piradinha mais querida da DC Comics!