sábado, 31 de maio de 2014

A Lista Negra: Todos temos de ser vencedores

Uma leitura obrigatória



"E se você desejasse a morte de uma pessoa e isso acontecesse?"

Bullying é um termo da língua inglesa que se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionadas e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, com objetivo de intimidar outra pessoa.


Este é um livro sobre o bullying e também sobre superação. E o melhor de tudo, com direito à drama e sem os conceitos técnicos de um livro de auto-ajuda.

"E se você desejasse a morte de uma pessoa e isso acontecesse? E se o assassino fosse alguém que você ama?O namoro de Valerie Leftma, Nick Levil, abriu fogo contra vários alunos na cantina da escola em que estudavam. Atingida ao tentar detê-lo, Valerie também acaba salvando a vida de uma colega que a maltratava, mas é responsabilizada pela tragédia por causa da lista que ajudou a criar. A lista das pessoas e coisas que ela e Nick odiavam. A lista que ele usou para escolher seus alvos.Agora, depois de passar o verão reclusa, se recuperando do ferimento e do trauma, Val é forçada a enfrentar uma dura realidade ao voltar para a escola para terminar o Ensino Médio. Assombrada pela lembrança do namorado, que ainda ama, passando por problemas de relacionamento com a família, os ex-amigos e a garota a quem salvou, Val deve enfrentar seus fantasmas e encontrar seu papel nessa história em que todos são ao mesmo tempo, responsáveis e vítimas."
A Lista Negra - Jennifer Brown - 272 páginas - Gutenberg 

O livro já consegue ser diferente por trazer em sua contracapa comentários de outros adolescentes (em especial garotas) sobre a história, ao invés dos comentários de revistas, jornais e pessoas importantes no meio literário. Isso sem contar a ideia de coisas escritas pela protagonista na forma de lista.

A Lista Negra, por mais que tenha um tema um tanto pesado é escrito de maneira arrebatadora e sua leitura flui facilmente, mostrando-nos uma realidade cruel e bastante constante nos EUA (embora tenha acontecido algo semelhante em 2011, no Rio de Janeiro, no que ficou conhecido como o Massacre de Realengo), onde jovem que sofrem abusos (o famoso bullying) dão um jeito de acabar com o sofrimento matando os "maus" e cometendo suicídio logo em seguida por não aguentar a pressão.

Só sabia que, apesar do meu cérebro tentar se manter a salvo de si mesmo, eu também era responsável pelo que tinha acontecido naquele dia: Que eu tinha participação naquilo e nunca quis o que aconteceu." p.81

O livro possui uma linha temporal curiosa, variando entre notícias de jornal (fictícios), os fatos do presente e os flashback. Mas nada que atrapalhe sua leitura. As notícias são como uma ponta para o presente e os flashback são apenas lembranças do que causou tudo, como e porque a lista foi feita e os fatos que se sucederam até o presente. Sempre mesclado os três elementos, não necessariamente nessa ordem.

No Ensino Fundamental Christy me chamada de Castor Mascarado. No sexto ano, começou um boato de que eu usava calçola, o que, no Ensino Fundamental II, era uma coisa séria. E, no Ensino Médio, ela resolveu que não gostava da minha maquiagem e das minhas roupas e me apelidou de Irmã da Morta, o que todo mundo achava hilário." p.40

Valerie, chamada aqui por muitos como Val é a nossa protagonista-narradora. Por ser um livro narrado em primeira pessoa conseguimos ver toda sua angústia diante da trajetória em superar o trauma, todos os desafios que se apresentam diante dela e todas as mudanças que o massacre trouxe, que não foi exclusivamente dela, todos que de alguma forma tiveram algum tipo de ligação com o caso, sendo ela diretamente ou indiretamente.


A personagem que me chamou a atenção, mesmo tendo uma participação ínfima foi Bea, a professora artesã. Enquanto lia suas participações, me pareceu bastante que ela fosse um anjo que apareceu de repente na vida de Val. Assim como o doutor Hieler (que é o psquiatra responsável) ajudando-a no caminho da superação, na qual faz Valerie utilizar seu talento, a pintura como forma de extravasar suas emoções, bem como o doutor a auxiliou.

Tenho desenhado as coisas como eu as vejo. Não como todo mundo quer que as vejamos, mas o que realmente está lá. Tem ajudado. Apesar de as pessoas acharem que é outra Lista Negra. Não estou nem aí. Também desenho essas pessoas." p.201

Enfim, A Lista Negra é um livro instigante, inspirador e cheios de ensinamentos sobre perdão e aceitamento, principalmente com relação as consequências de nossos atos. Como disse Brittany (18 anos) na contra capa do livro "O final é algo que todo leitor devia experimentar."

A Lista Negra foi lançado originalmente em 2009 (com o título Hate List) e a edição em português pela Editora Gutenberg em 2012, impresso em papel pólen bold 90g. O acabamento do livro é magnífico, o que ressalta a qualidade da obra como um todo. Meu interesse em lê-lo se deu primeiramente graças a uma resenha feita pelo vlog Cabine Literária e ele já estava a tempos pegando pó na estante.

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2 comentários:

  1. A imagem clássica dos ovinhos X3

    Nossa, vc lê de tudo, hein? Pela capa não parece ter um conteúdo tão pesado.

    Bjs!

    ResponderExcluir
  2. Desde que vi esse livro pela primeira vez, fiquei com vontade de lê-lo. Espero poder fazer isso em breve. Parece ser uma leitura boa e que nos faz pensar.

    M&N | Desbrava(dores) de livros - Participe do nosso top comentarista de junho

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