Quando a literatura brasileira é tão boa quanto um best seller²
tipo Crepúsculo
A noite é apenas um disfarce para a imortalidade
Há quem ainda torça o nariz por uma obra ser de um autor nacional. Temos uma safra maravilhosa de escritores de literatura fantástica que se assemelham ou até superam os de fora. Basta procurar nos lugares certos, ou ouvir as pessoas certas, já que a divulgação desses autores geralmente é feita boca a boca.
Kara Ramos é uma jovem restauradora, determinada e espirituosa, cujo talento acaba chamando a atenção do excêntrico milionário Gustave Rohan, dono de um antigo casarão com fama de mal-assombrado. Audaciosa, Kara aceita o desafio de reformá-lo para realizar um antigo sonho da família. Porém, o que ela jamais poderia imaginar era encontrar adormecida no sótão uma criatura com mais de 300 anos, sedente de sangue e vingança.
Mas esqueça o semblante sinistro dos velhos vampiros, a capa vermelha esvoaçante no alto de um castelo. Jan Kmam prefere jeans negro e botas surradas. Os cabelos loiros, olhos azuis e rosto perfeito teriam encantado Kara imediatamente, não fosse o susto e a incredulidade do primeiro encontro.
Agora que despertou, Jan Kmam irá até as últimas consequências para se vingar de seus inimigos. Para tanto, não hesitará em envolver Kara em seu mundo de sombras e sedução.
Nazarethe Fonseca - 414 páginas - Aleph
Nazarethe Fonseca nos brinda com uma história envolvente, parte dos clichês onde um vampiro se apaixona pela humana e o inverso, tendo como cenário a cidade de São Luís, no Maranhão - e por vezes Paris -, como centro de todos os acontecimentos retratados neste primeiro de uma série de quatro livros.
Se você algum dia já leu A Entrevista com o Vampiro (cuja resenha pode ser lida aqui), certamente o terá como centro de comparações aqui. Em diversos pontos sua narrativa se assemelha tanto - em especial ao sentimentos vampiresco tão humanos - como o criado por Anne Rice atribuindo-lhe características peculiares. Tudo claro, no estilo de escrita da Nazarethe Fonseca.
Alma e Sangue - O Despertar do Vampiro mesmo sendo tão igual é diferente em essência. Sua narrativa em primeira pessoa, em geral no sentido poético nos seduz para dentro do romance vivenciado por uma humana Kara Ramos e seu vampiro Jan Kmam, uma personagem que trás em sua alma tudo o que a imortalidade lhe ofereceu. Sentimentos tão humanos quanto se é possível imaginar.
E o cenário sendo o mais brasileiro possível agrada muito, com direito a Festa do Boi (bumba meu boi) e outras características presentes na região, incorporadas aqui pela autora de forma majestosa, já que Nazarethe nasceu na cidade de São Luís.
E o cenário sendo o mais brasileiro possível agrada muito, com direito a Festa do Boi (bumba meu boi) e outras características presentes na região, incorporadas aqui pela autora de forma majestosa, já que Nazarethe nasceu na cidade de São Luís.
Por mais que haja toda fantasia por de trás da trama e o romance em si, O Despertar do Vampiro traz dilemas tão reais quanto as páginas de um livro, como o valor de uma amizade, a dor de uma traição e a indecisão diante de escolhas difíceis. Todas intensas como a vida de um ser (quase) imortal como um vampiro.
Nazarethe possui uma mão para escrever que muito me surpreendeu durante a leitura. Ela consegue fazer com que nos sentimos exatamente igual ao descrito em sua narrativa, e o melhor sentimento para descrever tudo em uma palavra seria melancolia. O Despertar do Vampiro não é um livro para se gargalhar - embora eu o tenha feito uma única vez - e sim para sentir.
Suavemente, tocou minha pele, mas recuou, temendo me despertar. Entre o medo e o desejo, venceu o mais forte. Ele estendeu a mão sobre meu rosto e fechou os olhos, como se tivesse se apoderado de meus sonhos e penetrado neles."
A narrativa segue seu ritmo constante, tendo o começo (Unidade I) como a melhor parte do livro - se eu fosse classificar - até Nazarethe dar uma pequena tropeçada fazendo a narrativa ser um pouco cansativa ao descrever o passado de Kmam e quais as consequências que o levaram a adormecer no Casarão em São Luís e seu encontro com Kara (Unidade II), para logo após recuperar o fôlego trazendo uma ótima conclusão (Unidade III) e de quebra um bom gancho para seu segundo livro (Unidade IV).
Alma e Sangue é uma série de quatro livros lançados pela Editora Aleph e conta com uma websérie "Alma e Sangue", um projeto desenvolvido pela editora em parceria com a Delicatessen Filmes de 3 episódios com aproximadamente quatro minutos de duração cada.
É realmente uma pena que o trabalho de Nazareth Fonseca seja desconhecido pela maioria de leitores (inclusive aos fãs de vampiros). E devo dizer que não foi fácil adquirir o exemplar que tenho em mãos. Além de ser difícil de encontrar pronta entrega em livrarias grandes - como Saraiva, o único lugar que vi o livro - seu preço não agrada. O jeito é apelar pela compra direta com a escritora, editora, encomendar através de sites de livrarias grandes (Saraiva Livraria Cultura) ou então tentar pelo Skoob Plus (como eu fiz) - saiba como clicando aqui -.
Enfim, esse livro não é somente para os apreciadores de vampiros, mas para todos que estão a procura de um boa história com cenário cem porcento brasileiro. O.<
O livro parece ser muito interessante. Por ser nacional faz a vontade de ler crescer mais ainda.
ResponderExcluirM&N | Desbrava(dores) de livros
Romances com vampiros e cenário brasileiro é sempre ótimo. Apesar de poucos sempre tem um aqui e ali para se saborear . Como sempre ótima indicação de livro Natália gosto sempre de conhecer novos livros nunca se sabe quando a gente dá de cara com um livro legal.
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