Não é a toa que André Vianco é hoje o autor brasileiro que mais vende de literatura fantástica no país. É um grande passo para apenas um homem. E no seu 14º livro, indo para o 15º o autor mostra que ainda tem gás para escrever sobre vampiros, as criaturas da noite que tanto nos fascinam.
O único porém, somente seria o alto custo de seus livros, em especial se tratando de uma obra nacional que exclui o trabalho de um tradutor, sendo somente um empecilho a ser ultrapassado e que no final vale a pena.
"Quando metade dos seres humanos adormece inexplicavelmente, o que surge é um cenário apocalíptico: prédios em chamas, falta de eletricidade e pessoas desesperadas correndo sem rumo pelas ruas. Nada mais funciona como de costume, e os hospitais ficam lotados como vítimas do que parece ser uma terrível epidemia.
Porém, tudo piora quando uma parte dos "adormecidos" desperta como uma sede incontrolável de sangue. Inicia-se então uma guerra de proporções nunca antes registradas, entre humanos e vampiros, naquela que, para sempre, seria chamada de A noite maldita.
Ambientando em diversas cidades do Brasil, o livro leva o leitor a um mundo caótico e sombrio, onde a luta pela sobrevivência é constante e qualquer descuido pode ser fatal.
Conheça a origem da aclamada saga O Vampiro-Rei e descubra como as batalhas entre humanos e vampiros começaram."
Crônicas do fim do mundo , André Vianco - 664 páginas - Novo Século
Como comentei no Li até a página 100 e... #04, André Vianco usa um tipo de "montanha-russa" em seus textos, não nos fuzilando com cenas de ação o tempo todo e dando-nos tempo para respirar antes da ação, do momento e logo após a queda do carrinho na montanha, do alívio de respirarmos calmo perante a um grande acontecimento.
Quem já leu algum livro dele sabe do que estou falando. Aliás, foi o próprio autor, no Fantasticon que citou esse tipo de literatura, e lendo, não é difícil encontra-la. Ela está lá para que seja lida. E tenha em mente que este livro está melhor que os anteriores, o que de certo foi a experiência adquirida após 13 livros lançados.
O livro consegue ser muito real e em muitos momentos eu me peguei divagando sobre isso realmente acontecer um dia. Talvez o fato para isso tenha se dado facilmente no cenário que a estória se passa: o país atualmente, tendo a cidade de São Paulo como cenário central para a trama. O único problema talvez é por desconhecer vários dos locais citados, como o Hospital das Clínicas e o Regimento 09 de Julho, empecilhos facilmente superados com a ajuda da internet... Se eu fosse classificar esse livro com uma palavra seria desespero. Foi o sentimento que senti em diversas passagens do livro. E o pior, não é aquele desespero de não querer ler mais e sim o contrário, como uma ânsia em querer saber mais.
Por se tratar de várias estórias sobre o mesmo período, não é a toa o título do livro ser Crônicas do Fim do Mundo, afinal de acordo com meu minidicionário Houaiss (2ª edição - revisada e aumentada de 2004) crônica significa "o registro de fato histórico em ordem cronológica; pequenos textos baseado em fatos do cotidiano." Teria algo mais cotidiano ou histórico relatar uma estória, mesmo que fictícia de um acontecimento tão importante para a humanidade como o fim do mundo?
Aliás, até André Vianco caiu nas graças dos "prequel/prequela", termo inexistente no meu minidicionário de 2004. É um termo utilizado para se referir a uma obra artística que contém elementos passados, que no caso, interliga-se a saga "O Vampiro-Rei", iniciada no livro Bento.
A Noite Maldita, mesmo sendo ambientado em diversas cidades brasileiras conta sim com um protagonista, como vim a conhecer na página 133, capítulo 7. Aliás, é a figura que ilustra a capa do livro, um militar da cavalaria que ao se ver diante de uma imensa crise se vê literalmente no mistério do fim dos dias, aonde metade da população adormeceu e outra metade se tornou agressiva, transformando-se em vampiros sedentos de sangue.
É preciso muito mais do que coragem para aceitar as mudanças e viver de acordo com o compasse delas e vemos isso direitinho, não somente no protagonista, mas em todos os personagens, inclusive nos que se transformaram em vampiros, que aceitaram sua situação e irão viver de acordo com o exigido. Uns para sobreviver noite após noite e outros sobrevivendo dia após dia.
Não é revelado de maneira clara quais foram o motivo para tantas mudanças em uma única noite, contudo, André Vianco dá as cartas à nós leitores e nos deixa tirar nossas próprias conclusões a cerca do acontecido.
Por mais que esse livro possua 664 páginas, eu fiquei com aquele gostinho de quero mais. E espero que haja alguma chance de uma continuação. Ver a mudança do mundo é fantástico e medonho, ainda mais acontecendo assim, tão pertinho da gente. Espero reler o livro o mais breve possível.
Crônicas do fim do mundo , André Vianco - 664 páginas - Novo Século
Como comentei no Li até a página 100 e... #04, André Vianco usa um tipo de "montanha-russa" em seus textos, não nos fuzilando com cenas de ação o tempo todo e dando-nos tempo para respirar antes da ação, do momento e logo após a queda do carrinho na montanha, do alívio de respirarmos calmo perante a um grande acontecimento.
Quem já leu algum livro dele sabe do que estou falando. Aliás, foi o próprio autor, no Fantasticon que citou esse tipo de literatura, e lendo, não é difícil encontra-la. Ela está lá para que seja lida. E tenha em mente que este livro está melhor que os anteriores, o que de certo foi a experiência adquirida após 13 livros lançados.
O livro consegue ser muito real e em muitos momentos eu me peguei divagando sobre isso realmente acontecer um dia. Talvez o fato para isso tenha se dado facilmente no cenário que a estória se passa: o país atualmente, tendo a cidade de São Paulo como cenário central para a trama. O único problema talvez é por desconhecer vários dos locais citados, como o Hospital das Clínicas e o Regimento 09 de Julho, empecilhos facilmente superados com a ajuda da internet... Se eu fosse classificar esse livro com uma palavra seria desespero. Foi o sentimento que senti em diversas passagens do livro. E o pior, não é aquele desespero de não querer ler mais e sim o contrário, como uma ânsia em querer saber mais.
Consegui autógrafo com o autor no lançamento do livro. |
Por se tratar de várias estórias sobre o mesmo período, não é a toa o título do livro ser Crônicas do Fim do Mundo, afinal de acordo com meu minidicionário Houaiss (2ª edição - revisada e aumentada de 2004) crônica significa "o registro de fato histórico em ordem cronológica; pequenos textos baseado em fatos do cotidiano." Teria algo mais cotidiano ou histórico relatar uma estória, mesmo que fictícia de um acontecimento tão importante para a humanidade como o fim do mundo?
Aliás, até André Vianco caiu nas graças dos "prequel/prequela", termo inexistente no meu minidicionário de 2004. É um termo utilizado para se referir a uma obra artística que contém elementos passados, que no caso, interliga-se a saga "O Vampiro-Rei", iniciada no livro Bento.
A Noite Maldita, mesmo sendo ambientado em diversas cidades brasileiras conta sim com um protagonista, como vim a conhecer na página 133, capítulo 7. Aliás, é a figura que ilustra a capa do livro, um militar da cavalaria que ao se ver diante de uma imensa crise se vê literalmente no mistério do fim dos dias, aonde metade da população adormeceu e outra metade se tornou agressiva, transformando-se em vampiros sedentos de sangue.
É preciso muito mais do que coragem para aceitar as mudanças e viver de acordo com o compasse delas e vemos isso direitinho, não somente no protagonista, mas em todos os personagens, inclusive nos que se transformaram em vampiros, que aceitaram sua situação e irão viver de acordo com o exigido. Uns para sobreviver noite após noite e outros sobrevivendo dia após dia.
Não é revelado de maneira clara quais foram o motivo para tantas mudanças em uma única noite, contudo, André Vianco dá as cartas à nós leitores e nos deixa tirar nossas próprias conclusões a cerca do acontecido.
Por mais que esse livro possua 664 páginas, eu fiquei com aquele gostinho de quero mais. E espero que haja alguma chance de uma continuação. Ver a mudança do mundo é fantástico e medonho, ainda mais acontecendo assim, tão pertinho da gente. Espero reler o livro o mais breve possível.
Puxa, eu li Os sete e O sétimo e confesso que não gostei da narração dele. Achei tanto clichê no livro e com personagens que apareciam e morriam tão rápido, sem profundidade alguma que fiquei com birra do André Vianco, mas quem sabe eu dou mais uma oportunidade! rs
ResponderExcluirGosto dele e foi divertido na última bienal do livro, a cara dele, vendo o meu exemplar de Os Sete e o Sétimo bem velhinho (acho que da 1° edição).
ResponderExcluirJá tinha ouvido falar sobre o autor e de algumas de suas obras, mas ainda não tive a oportunidade de ler algum livro dele. Sua resenha ficou muito boa, vou até procurar saber mais sobre as obras do autor, pois gosto bastante do gênero que foi usado neste livro!
ResponderExcluirAté ;)
http://samgirl-arts.blogspot.com/