Primeira Impressão do mangá Genshiken

Se Bakuman, criado pela dupla Tsugumi Ohba e Takeshi Obata tem como objetivo mostrar a vida de um mangaká - desde a criação de um storyboard até a votação popular feita na Shonen Jump (sistema responsável pela popularidade das séries na antologia) -, Genshiken mostra o outro lado da coisa. A dos consumidores de mangás, animes e afins. Os "otakus".

Seja bem-vindo ao Genshiken, o clube de estudos da cultura pop japonesa.

Diferentemente do Brasil, no Japão é comum os estudantes, no ambiente escolar, integrarem grupos com os mais diversos interesses, de esportes a atividades culturais. Nesse caso, trata-se de um grupo de estudantes universitários unidos por seu hobby: a cultura pop japonesa.

"A trama começa com a chegada de Kanji Sasahara, um calouro tímido e inseguro, à universidade de Shiou. Ele deseja se juntar a um clube que aprecie de verdade o que ele é: um otaku.

Nessa busca, o jovem conhece Kôsaka, um otaku de longa data, que o convida para conhecer seu grupo de estudos de cultura pop, o Genshiken."

Sinopse retirada do site Mangás JBC

É exatamente como o gerente de conteúdo da Editora JBC classificou: o outro lado de Bakuman. Lembrando que não se trata de um mangá com obras que aparecem em Bakuman. É mais provável que possa aparecer o próprio Bakuman ou Death Note (que são de Tsugumi Ohba e Takeshi Obata) como obras citadas.

É um mangá que mostra realmente um clube de estudos da cultura japonesa, onde os temas de discussões são (pelo que percebi nesse primeiro volume) a cerca dos episódios da semana de algum anime, algum dôjinshi novo lançado - que pode variar tanto como revista até games criados por fãs -, cosplay, games etc... Não posso esquecer é claro, do envolvimento do protagonista Kanji nesse lado que ele não mostra, tomando coragem para encarar seu hobby de cabeça erguida. Afinal, ele não está sozinho e ao que tudo indica, outros personagens aparecerão para compartilhar seu gosto.

Devido a temática do mangá, a Editora JBC resolveu colocar um glossário com rápidas informações sobre as inúmeras obras citadas. Eu até estranhei quando vi isso no mangá, afinal, a editora não tem o costume, como a Panini de colocar glossário. Ótimo não ter que ficar procurando pela página as notas de rodapé. Sobre as notas: elas encontram-se em ordem alfabética, e não por ordem de página, e isso pode dificultar alguns leitores.

Gachapin, personagem citado na p. 96
Veja o Top 7 Referências de Genshiken feito pelo site Henshin

Gosto muito de ler mangás em que os próprios japoneses fazem uma releitura da sua cultura, afinal, são eles que a conhecem melhor, incluindo os pontos bons e ruins. Contudo, essa não é a primeira obra que possui essa temática a ser lançado por aqui. Além de Bakuman, temos Bem-vindo a N.H.K., que conta uma história nada fácil de acompanhar sobre um hikikomori.

A arte de Kio Shimoku é algo a parte, que torna a história mais realista, nos dando a chance de conhecermos mais sobre esse universo da cultura pop japonesa que todos amamos e que desconhecemos bastante, já que não temos acesso à tudo que é lançado por lá.

Vendo pelo um lado estético e financeiro, Genshiken é um mangá acessível a todos. Custando R$11,90, segue no padrão atual para a editora: papel brite 52g com cerca de 180 páginas, impressão nas capa/contra capa internas, além de algumas páginas coloridas, que já verificado, não estarão presentes em todos os volumes.

Não perca tempo. De acordo com a própria editora, devido ao grande sucesso que a obra teve em seu lançamento, você consegue encontrar os dois primeiros volumes nas bancas!