A mágica por de trás da maldição

Livros que fazem sucesso logo que imediato ao lançamento são muito suspeitos. Primeiro, pode ser mais um do mesmo gênero de a Saga Crepúsculo. Segundo, ele é realmente bom e merece nossa atenção.

A Maldição do Tigre é mais um desses livros que fizeram um sucesso um pouco diferente. Começando como um e-book, o livro de estreia da escritora Coullen Houck ficou sete semanas no primeiro lugar da lista de mais vendidos da Amazon, entrando depois na do The New York Times. 

"Kelsey Hayes perdeu os pais recentemente e precisa arranjar um emprego para custear a faculdade. Contratada por um circo, ela é arrebatada pela principal atração: um lindo tigre branco. 

Kelsey sente uma forte conexão com o misterioso animal de olhos azuis e, tocada por sua solidão, passa a maior parte do seu tempo livre ao lado dele.

O que a jovem orfã ainda não sabe é que seu tigre Ren é na verdade Alagan Dhiren Rajaram, um príncipe indiano que foi amaldiçoado por um mago há mais de 300 anos, e que ela pode ser a única pessoa capaz de ajudá-lo a quebrar esse feitiço.

Determinada a devolver a Ren sua humanidade, Kelsey embarca em uma perigosa jornada pela Índia, onde enfrenta forças sombrias, criaturas imortais e mundos misteriosos, tentando decifrar uma antiga profecia."

A Maldição do Tigre Colleen Houck - 351 páginas - Arqueiro 

Como comentei no Li até a página 100... a narrativa se mostrou bastante promissora, cumprindo seu objetivo com afinco: fazer os leitores se apaixonarem pela história.

Não é difícil perceber porque este livro é tão amado pelos leitores, que em geral são composto pelo público feminino. Collen Houck soube exatamente mesclar numa única obra ou saga - como preferirem -, a então rica cultura indiana com suas variadas divindades com uma aventura envolvente, além de uma pitada de romance. Sem contar é claro, uma protagonista que dá raiva em quem ler.

Aliás, essa característica me lembrou bastante a Bella Swan, da Saga Crepúsculo. Que jogue a primeira pedra aquele leitor que nunca sentiu uma pitada de odeio para a humana desleixada apaixonada pelo vampiro (que brilha no sol). 

Por mais que sejamos apresentados a uma cultura totalmente diferente como a indiana, é normal sentir uma certa dificuldade em ler seus nomes próprios, como por exemplo "Kishkindha" ou "rajkumari". Contudo, Collen Houck possui aquele tipo de escrita que faz com a leitura flua livremente, apesar dessas adversidades tornando o ato de ler quase como respirar. Aliás, seu jeito de escrever me lembrou muito a autora J.K. Rowling.

Kelsey Hayes é o tipo de protagonista que não sentir ódio é impossível. Mesmo sendo a 'escolhida de Durga' e a única que pode ajudar Ren ela falha em ser (para nós leitores) a protagonista amada, a heroína da estória e passa a ser alguém odiada justamente por puro egoísmo, por medo que as consequências de amar podem lhe trazer. Afinal, há romance presente no livro. É incrível que seu sofrimento seja quase que comparável ao de Bella no livro Lua Nova.

Ao meu ver, mesmo por todas as dificuldades que passou durante toda a aventura ela é fraca, assim como várias pessoas são no quesito amor. Talvez essa jogada da autora é que traga toda a graça da estória para as páginas e nos faça querer ler mais e mais. Uma protagonista real e que sofra com suas próprias escolhas, em um mundo onde a realidade e o miticismo se unem ao suspense e romance.

Já ouvi diversas comparações sobre a saga em si, como sendo o "novo crepúsculo", ou um "Harry Potter indiando" e até um "crepúsculo com indiana jones". rsrsrs...

Comparações a parte, A Maldição do Tigre se mostrou nova para mim, que está lendo pela primeira vez algo relacionado a cultura indiana e Collen Houck conseguiu me cativar com seu tipo de literatura. 

A Maldição do Tigre é o livro 1 da Saga do Tigre, que conta com quatro livros, estes já lançados aqui pela Editora Arqueiro, que prestou um ótimo trabalho de edição. Aliás, as capas dos quatros livros são muito bem desenhadas e uma mais linda que a outra.