Pegue sua pipoca: Star Trek: Além da Escuridão

Depois de muito enrolar minha graciosa Editora Chefe estou de volta. Desta vez falando do novo Star Trek.

Quando J.J. Abrams estreou seu reboot de Jornada nas Estrelas em 2009 foi saldado pelos fãs tradicionais da criação de Gene Roddenberry pela solução elegante que encontrou ao criar uma linha de tempo divergente que preservava toda mitologia da série clássica e ainda permitia a ele contar novas histórias com os mesmo elementos do seriado original.

Desta vez os trekkers mais "radicais" não estão tão satisfeitos. Mas eles  tem razão para isto?

Luis Carlos Merten (crítico do Estadão) queria, numa demostração de inspiração, chamar sua crítica de Além da Escuridão de "O Dia em que Spock Chorou". Entende-se: assim como em outros filmes de Abrams, esta sequência é um blockbuster cuja alma são os personagens e seus relacionamentos: Uhura e Spock, Spock e Kirk estão no centro emocional da trama.

O "capitão" J.J. Abrams na ponte da Enterprise

É aí que está uma das principais forças do filme. Como no anterior  a amizade de Kirk e Spock e o relacionamento de Spock e Uhura acrescentam humanidade e empatia à grandiosidade da história. E em grande medida Into Darkness é sobre estes personagens descobrindo a força destes laços em meio a uma explosão de caos num mundo que parecia pacificado. É aí que a ação começa e a reclamação dos fãs tradicionalistas também.

Sem entregar demais da trama pode-se dizer que  o que coloca a narrativa em movimento são os atentados impiedosamente cometidos por John Harrison contra a Frota Estelar. A Enterprise é mandada em uma missão para dar cabo de Harrison, um desertor da Frota, quando este esconde-se em uma lua do Império Klingon. E é melhor não revelar mais para não estragar as reviravoltas da trama. 

     

O que alguns trekkers tem reclamado é que o filme centra-se demais na ação e abandona o tom mais cerebral da Jornada nas Estrelas original.  Eles estão certos?  Pode-se dizer que sim. Isto é um problema?

Para mim, que sempre fui fã, realmente não.

Se é verdade que a ação épica e arrebatadora em Além da Escuridão substitui uma trama de FC pura mais intelectual também é verdade que a riqueza e complexidade dos personagens criados por Roddenberry está lá e são tão importantes quanto os efeitos visuais e conferem verdadeiro coração ao filme de Abrams.

Vale ressaltar os méritos do elenco: Chris Pine mais uma vez dando a medida certa de impeto e arrogância para Kirk, mas agora acrescentando uma camada de fragilidade e humanidade. Zachary Quinto cada vez melhor como Spock. Fazendo um ótimo trabalho entre expressar ou não a emoção em cada gesto, olhar e reação do personagem. E a sempre carismática e linda Zoe Saldanha com sua Uhura transparecendo toda força e paixão que a oficial de comunicação merece.

Além deles todo o resto da tripulação está de volta com o talento de sempre.

E claro, há o vilão. Poderosamente interpretado por Benedict Cumberbatch. Uma presença ameaçadora e impositiva na tela.

Trata-se de uma diversão da mais alta qualidade, mas também de um filme que trata seus icônicos personagens com respeito  e profundidade dando ao espectador um espetáculo que funciona como blockbuster e filme de personagens.

A habilidade de Abrams para tornar a franquia relevante e arrebatadora para um novo público se reafirma mais uma vez em Além da Escuridão. 

 4 Mikus

MUITO BOM MEEESMOOO

Rogério Prado tem um cachorro chamado Snoopy e um amigo chamado Linus com o qual está sempre fazendo considerações profundas sobre a vida. Não, espere. Este é o Charlie Brown. Rogério Prado é só um cara que ainda assisti filmes como se tivesse 9 anos. Com deleite. Por favor, faça uma visita a minha página: http://hamletprimeiro.deviantart.com/