sexta-feira, 1 de maio de 2015

A Garota das Cicatrizes de Fogo

I Dare You - Desafio Especial: Literatura Nacional


A Garota das Cicatrizes de Fogo - Ricardo Ragazzo - 255 páginas - 2013 - Novo Século

Quatro anos após o desaparecimento da filha e a misteriosa morte da esposa, Johnny Falco recebe uma pista que pode ajudá-lo a desvendar o caso. Um homem aparece morto com as mesmas características inexplicáveis de sua mulher: O CORPO NÃO PASSA DE UM ESQUELETO COM PELE.
Seis anos após ter oitenta por cento de seu corpo queimado em um atentado, Lisa Gomez acorda em um hospital com uma incontestável diferença: TODAS AS CICATRIZES DE SEU CORPO DESAPARECERAM!
E quando o destino dos dois se cruzar na pequena cidade de Valparaíso, ambos descobrirão que as tragédias que cercam suas vidas estão muito mais interligadas do que poderiam imaginar.


A Garota das Cicatrizes de Fogo é aquele tipo de livro que deve ser lido rapidamente (por ele ser bom, que fique claro), sem contar que, diferente de muitos livros por aí, ele não dá brecha para uma pausa.

Quando a história começa, temos a nítida impressão de estar lendo (quase) um roteiro de seriado policial, onde temos o caso a ser solucionado ("o último dia de Dennis Marcos"), para depois sermos apresentados aos protagonistas, no plural mesmo, pois são duas tramas interligadas em uma só. Uma delas é Johnny Falco, que deseja desvendar o mistério que a quatro anos ronda sua vida: quem e por que mataram sua esposa Nora, que a deixou somente como um esqueleto com pele (igual ao último dia) e onde está sua filha Diana, desaparecida desde o dia do incidente. A outra é Lisa Gomez, que após seis anos de ter tido oitenta por cento do corpo queimado, se vê surpreendida quando as cicatrizes que tanto a perseguiram, somem, como que num milagre.

A investigação de Johnny o leva a Valparaíso, onde duas mortes recentes e iguais a da sua esposa são as únicas pistas que tem, intercalando assim sua vida com a de Lisa Gomez.

Por a história ter dois protagonistas, sua narração é intercalada e acontece ora em primeira pessoa (através de Johnny Falco), ora em terceira pessoa (visão de Lisa Gomez), que mesmo estando "dividindo" a cena juntos, fica fácil saber qual perspectiva que estamos lendo. O autor, Ricardo Ragazzo soube tecer muito bem sua narrativa nesse ponto, juntamente com toda a trama que vai se desenrolando no decorrer da história.

Aliás, Ricardo não nos enche de abobrinha em nenhum ponto da narrativa. Os mistérios expostos, a ligação de ambos os protagonistas não são todos resolvidos de uma única só vez (ao final, como acontece com tantos outros livros). São fios tecidos com uma grande maestria, que quando uma parte do quebra-cabeça é montado, outras aparecem afim de preencher uma nova lacuna. A narrativa flui facilmente e o uso de trocadilhos e sarcasmo torna tudo bastante divertido de ler, sem parecer forçado em nenhum momento.

A Garota das Cicatrizes de Fogo, apesar de possuir um tema que pode ser considerado forte para alguns traz, além de uma boa história investigativa (eu não contei né? Mas Johnny Falco é detetive), o romance brasileiro (como está classificado) tem também uma boa pitada de fantástico, sem se focar no gênero com uma história sobre a vida e acima de tudo sobre a morte.

Ricardo Ragazzo é um autor brasileiro, que já escreveu outro livro antes desse (72 horas para Morrer) que eu ainda não tive o prazer de ler, logo, A Garota das Cicatrizes de Fogo é seu segundo livro. O autor esteve presente na Bienal do Livro de SP e até hoje eu me arrependo de não ter levado (como se eu soubesse que ele estaria lá) o livro para que fosse autografado.

Esse post faz parte do I Dare You - Desafio Literário 2015, que possui 12 temas literários para os 12 meses do ano, baseados em datas comemorativas. E Abril teve um Desafio Especial dentro do I Dare You, para comemorar a literatura nacional (já que dia 18/04 é comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil e 22/04 foi o Dia de Descobrimento do Brasil).

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