quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Corrente de Reviews 2014: Psycho-Pass

Qual é o seu coeficiente criminal?




Na Corrente de Reviews, eu fui indicada pelo blog Otaku Pós-Moderno para assistir Psycho-Pass e nesse grande "amigo secreto", todo mundo é legal, inclusive os animes. 

A Corrente de Reviews é um evento onde dezenas de blogs participam com o objetivo de fazer uma review de um anime que lhe foi indicado por um blogueiro e faz uma indicação para o blogueiro seguinte. Psycho-Pass é um anime que eu não veria por pura espontânea vontade e agradeço bastante a indicação do Otaku Pós-Moderno. Afinal, "o que deve ser feito, cabe aos aptos fazê-los."


Psycho-Pass se passa no ano de 2113, onde existe o Sistema Sibyl (Sibila) que mede ativamente o estado mental, a personalidade, e a probabilidade que uma pessoa tem de cometer crimes, tudo através de uma varredura simática do cérebro. A avaliação resultante é chamada de Psycho-Pass. Quando a probabilidade de cometer um crime, medida pelo índice de Coeficiente Criminal é muito alto em um indivíduo,  eles são perseguidos e oprimidos, e se necessário, utiliza-se a força leta. Na história, acompanhamos Akane Tsunemori, uma policial que acaba de ser transferida para a Divisão 1 da Segurança Pública (SIC), responsável por manter o sistema funcionando.


A narrativa de Psycho-Pass é bastante complexa e possui diversos elementos que conduzem a história. Para começar, temos o próprio Sistema Sibyl, que controla a vida das pessoas, inclusive fazendo suas escolhas, indo de acordo com a personalidade - que pode ou não agradar o indivíduo. O princípio de "que todos são inocentes até que se prova o contrário" não se aplica em nenhuma situação, afinal, é uma máquina que vai determinar se você é ou não um criminoso - mesmo que você não tenha cometido nenhum crime sequer. Os investigadores aqui são auxiliados por "coatores" - prisioneiros especiais utilizados como cães de caça que servem a única função se serem uma barreira, evitando que os investigadores fiquem bastante envolvidos em algum caso, evitando assim estresse e um possível aumento do coeficiente criminal. Os investigadores e coatores julgam o indivíduo através da arma especial chamada "dominator", que são "os olhos da Sibyl", funcionando de acordo com o coeficiente criminal. Por exemplo, ela trava quando o índice é baixo, impossibilitante que um inocente tome um tiro, além de outro dois modos: o paralisator, que imboliza o criminoso e o eliminator, que literalmente elemina o criminoso.


E se houvesse alguém que o sistema não conseguisse julgá-lo, apesar da clara intenção?

O que é posto em jogo no anime, sua trama central é justamente "essa" falha no sistema sibyl, colocando um objetivo claro para a SIC, enquanto esta trabalha crime após crime afim de descobrir o verdadeiro culpado, que consegue se mostrar como um maestro, influenciando e conduzindo a mente de outros indivíduos a cometer crimes, como se mostrasse exemplos do funcionamento do sistema. "Todos foram enganados pelo Sibyl ao ponto de sequer reconhecer o perigo frente a frente."


Junto de Akane Tsunemori, temos Shinya Kogame, o protagonista masculino, um coator que anteriormente era inspetor, acaba obcecado por Makishima Shogo, o indivíduo que o sistema não reconhece, apesar de seus atos serem contrários ao de um inocente, um criminoso de colarinho branco de alto nível perfeitamente saudável. Durante boa parte do anime, é Kogami quem conduz a trama, sendo acompanhado de perto do Akane, que tenta entender seus atos e descobre que os crimes atuais, conduzidos por Makishima tem lá suas semelhanças e ligações com outro, da época quando Kogami era inspetor e que curiosamente ficou sem solução. Os dois são inversos um do outro, o que traz todo um equilíbrio para a trama.


Existem outros personagens que compõem o anime, contudo, cada qual tem sua importância em uma fase do anime, e em diversas situações servindo bastante como suporte para que a dupla quando necessário. Os cães de caça são um aperitivo a parte, dando-nos a impressão que a qualquer momento eles vão se rebelar contra o sistema, que um dia os renegou como cidadãos comuns, que dá ao anime um toque bastante apreensivo.

A abordagem utilizada pela perspectiva de Psycho-Pass é que todo mundo é uma bomba prestes a explodir e de um momento para outro, inconscientemente, você passa de mocinho para vilão. Trazendo um ar sombrio - que nos deixa apreensivo e ansioso pelas próximas cenas -, o anime mostra um exemplo de cyberpunk mistery, onde ele mesmo abre e constrói o seu próprio caminho, uma vez que explora a conexão entre a mente, ações criminosas e a tecnologia. Seguindo exatamente a ideia de seus criadores, Psycho-Pass mostra bastante violência (tanto física quanto psicológica) restringindo (talvez) o seu público. O anime mostra um bom exemplo do que acontece quando confiamos cem por cento na tecnologia ao invés de confiarmos em nossos instintos.


Diferente de outros cyberpunks, Psycho-Pass se mostra próxima a nossa realidade e nos da a chance de refletirmos sobre qual será nosso futuro, como quando a sociedade for submetida a um sistema de inteligência artificial, o que devemos fazer? Aceitar tudo passivamente, diante de uma falsa liberdade que pode nos ser tirada a qualquer momento, ou lutar para romper tal sistema? Digo falsa liberdade porque você é livre à partir do momento que segue o sistema, que aliás, é quem decide o que é melhor para você, julgando-o apto ou não a fazer parte da sociedade.

Querendo ou não, com o atual avanço da tecnologia, estamos caminhando para um mundo que poderá ser controlado por um sistema. Ela está aí e o devemos fazer com ela é algo a se pensar nos próximos anos.


"O sistema nunca tem fim"

Produzido pelo estúdio Production I.G, com roteiros de Gen Urobochi (Madoka Magica), direção de Nayoshi Shitomi (Blood-C: The Last Dark) e com o design de personagens feitor por Akira Amano (a autora de Katekyo Hitman Reborn), Psycho-Pass estreou no dia 11 de outubro de 2012 com 22 episódios, no canal noitaminA. Devido ao grande sucesso, o anime teve seus episódios exibidos novamente em 11 episódios com duração de 1h cada, tendo alguns cortes de cenas e outras inéditas, intitulado Psycho-Pass New Edit. Posteriormente, a série foi adaptada para mangá, que começou a ser publicado no dia 2 de março na Jump Square, sob o título de Shinkansan Akane Tsunemori. Além disso, a série também ganhou um filme, com história diferente e inédita da do anime sob o nome de Psycho-Pass Movie, onde Akane, Kagami e cia terão que derrubar o Sistema Sibyl. Sua continuação em anime, Psycho-Pass 2 estreou recentemente na temporada de outono, programada para ter 11 episódios.


Esse foi o post do Naty in Wonderland para a Corrente de Reviews 2014.
Como dito no início no post, Psycho-Pass é um anime que muito provável eu não assistiria por vontade própria. É esse um dos fatores - além da divulgação de blogs da área - dessa corrente colaborativa, a oportunidade de conhecer obras novas e blogs novos (novas perspectivas). Agradeço ao blog Anikekai pela oportunidade. Dando continuidade ao projeto, indiquei o anime Skip Beat! para o nobre NETOIN!, anime que já teve um post por aqui. Na verdade, achei a escolha um tanto difícil com relação a pessoa, mas tenho certeza que o nobre conseguiu tirar de letra, e sua análise poderá ser conferida nos próximos dias!

Para ver os outros posts da Corrente de Reviews 2014 é só clicar AQUI.

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2 comentários:

  1. Parece Minority Report mais complexo. Meu grande problema com esse anime foi a protagonista, tanto o design "zoiudo" quanto a personalidade meio abobalhada para alguém na posição dela. Talvez isso fique melhor contextualizado durante a série, mas me fez desistir logo de início.

    No entanto parece digno de atenção considerando as imagens que você colocou aqui, tem cenas bem legais. De toda forma, parabéns pela participação na corrente :)

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  2. Interessante sua análise, trouxe algumas perspectivas diferentes do que comumente se vê nas análises desse anime, como a questão de confiar demais na tecnologia, ou a questão judicial do "inocente até que se prove o contrário". :) Acho que uma das riquezas da Corrente de Reviews, aliás, é essa: Quando pessoas assistem coisas a que não estão habituadas, questões novas podem surgir.
    Eu pessoalmente sou apaixonada por Psycho-Pass, e gostei bastante da sua resenha! Parabéns por ela! ♡
    - Chell
    http://notloli.blogspot.com.br

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