Pegue a sua pipoca # Êxodo: Deuses e Reis (2014)

Uma das histórias bíblica mais recontada nos filmes (+ 1)

E o Batman virou Moisés

Êxodo: Deuses e Reis mostra um outro lado da história de Moisés, um guerreiro habilidoso - que eu lembre nunca existiu.

"Êxodo é uma adaptação da história bíblica do Êxodo, segundo livro do Antigo Testamento. O filme narra a vida do profeta Moisés (Christian Bale), nascido entre os hebreus na época que o faraó ordenava que todos os homens hebreus fossem afogados. Moisés é resgatado pela irmã do faraó e criado na família real. Quando se torna adulto, Moisés recebe ordens de Deus na intenção de liberar os hebreus da opressão. No caminho, ele deve enfrentar a travessia do deserto e passar pelo Mar Vermelho."

Se eu me lembro bem, Moisés era somente um pastor de ovelhas, velho, que é incumbido da "missão" de libertar os escravos hebreus no Egito e levá-los para a terra prometida, Canaã. Pronto, nada dele ser guerreiro, nada dele ser general. Uma mudança óbvia para prender a atenção do telespectador. E olha que temos 6 filmes sobre o tema, incluindo uma animação - que eu assisti e não lembro nada. Contudo, foi uma maneira que tiveram de mostrar a vida dele antes, antes do pastor de ovelhas e antes daquele que salvaria os escravos hebreu.

Especulou-se que o filme seria mais voltado para os fatos históricos do que bíblicos, como alguns disseram ter acontecido com Noé (inédito para mim). A própria revista Superinteressante (edição 342 de janeiro de 2015) traz aos seus leitores a parte histórica da coisa toda - que está presente no filme também -, embora optou-se por mostrar ambas as visões: a religiosa e a histórica, porque uma não funcionaria sem a outra.

As passagens bíblicas foram muito bem representadas, com um menino fazendo papel de Deus - que se não em engano, não é tratado por nenhum nome - e com pragas de tirar o fôlego, com algumas sutis mudanças. Só para relembras as dez pragas (caso você tenha assistido ou vá assisti-lo ainda). Transformar o Nilo em sangue (✓, e teve uma explicação lógica para isso. Ele não se transformou em sangue por acaso), encher as cidades de sapos (✓), piolhos, moscas e gafanhotos (✓), tumores de pele nos egípcios (✓), tempestade (✓, foi só um raio, mas tá valendo), três dias de escuridão (✓ não consegui contar), e assassinar todos os primogênitos (✓, se o filme tem uma parte emocionante, é essa). 

A parte mais conhecida contudo, não é a libertação dos escravos e as dez pragas (talvez essa seja), mas a travessia pelo Mar Vermelho, que separava o povo da terra tão prometida. Infelizmente, o trailer só mostrar as partes legais do filme e a abertura do mar foi na verdade um grande tsunami, que deixou muito a desejar no seu clímax. A sim, não posso esquecer dos 10 mandamentos. Eles também aparecem, só que de uma forma discreta e bastante duvidosa (mais as 613 da Bíblia creio eu).

O diretor Ridley Scott trouxe uma história bíblica com os pés no chão, sendo belo e cruel em seu desenvolvimento. O astro Christian Bale conseguiu executar seu trabalho muito bem, desprendendo-se da fantasia de Batman - até porque ele morreria de insolação naquele calor. Não sei se pode ser considerado o melhor filme de Moisés (só assisti a animação e olhe lá), mas souberam contar a história como ela deveria ser, tanto pelo lado histórico como bíblico.