Foi em 1958, na pacata Derry, que Bill, Richie, Stan, Mike, Eddie, Ben e Beverly aprenderam o real sentido de algumas palavras. Durante as férias escolares, descobriram o que significava amizade, amor, confiança e medo. O mais profundo e tenebroso medo.
Naquele verão, eles enfrentaram pela primeira vez a Coisa, um ser sobrenatural e maligno que deixou terríveis marcas de sangue em Derry.
Quase trinta anos depois, os amigos voltam a se encontrar. Uma nova onda de terror tomou a pequena cidade, e somente eles serão capazes de enfrentar a Coisa.
O tempo é curso. Mas eles irão até o fim, mesmo que isso signifique ultrapassar os próprios limites.
"Todos nós flutuamos aqui embaixo."
Olha o palhaço! Todo mundo conhece o palhaço, mas nem todos conhecem a história dele.
It: A Coisa narra duas histórias paralelamente: a que aconteceu em 1958, quando sete crianças enfrentaram Pennywise, que assassinou diversas outras crianças; e a história que acontece em 1985, na qual (quase) o mesmo grupo volta a Derry, para enfrentar a Coisa, que voltou a assolar a cidade novamente.
Enquanto alguns livros se limitam a contar uma história sobre uma casa mal assombrada, espíritos malignos e tals, Stephen King vai um pouco além e nos traz uma cidade assombrada (Derry, no Maine), que a cada ciclo de 26 a 27 anos, uma entidade ali presente acorda para se alimentar - porque A Coisa tem fome e gosta de crianças. O bem da verdade, A Coisa em si é Derry e está em todos os lugares da cidade, em especial no esgoto, na maldade e na violência.
Pennywise é uma manifestação d'A Coisa, e além de assumir a forma conhecida de palhaço - para seduzir suas pequenas vítimas -, também assume outras formas, sempre através do maior medo de cada pessoa, mas sem deixar suas características de lado (por exemplo, o pompom laranja). E por mais inexplicável que A Coisa (o fenômeno) em si seja, Stephen King criou uma narrativa que nos dá uma percepção de como o medo é na sua forma mais crua e cruel.
"Eu, Gerogie, sou o sr. Bob Gray, também conhecido como Pennywise, o Palhaço Dançarino. Pennywise, este é George Denbrough. George, este é Pennywise." It: A Coisa, p.23
Sua narrativa se alterna constantemente entre o passado (1958) e o presente (1985), e seu detalhamento preciso dos acontecimentos deixando a leitura cansativa em diversas passagens, com várias outras de pura e extrema adrenalina (é como se fosse uma grande montanha-russa). Explicando melhor, a narrativa é feita de acordo com a recordação de seis das sete crianças com o que aconteceu no verão de 1958, e a medida que eles vão se lembrando, a história vai avançando. Tanto que essas recordações não voltam de imediato, mas sim aos poucos (caso o contrário seria muito provável que as personagens enlouqueceriam).
De acordo com relatos (carece de fontes) It: A Coisa é o segundo livro mais descritivo que Stephen King escreveu, com 1104 páginas, perdendo somente para A Casa Negra, que pasmem, tem 703 páginas. Claro, quantidade não é sinônimo de qualidade.
O ponto alto da obra não está somente no que Penniywise significa ser (embora ele faça jus a sua fama, e eu não ficaria surpresa se alguém desenvolvesse Coulrofobia após a leitura deste livro), mas sim no que ser criança signifique: acreditar e sonhar que coisas impossíveis podem se tornar possíveis, em especial enfrentando seus maiores medos - arma da qual A Coisa se fortalece. Claro, também não é um livro que possa ser lido por uma criança, pois sua temática é extremamente densa.
It: A Coisa atualmente é editada pela Suma das Letras, que se não me engano, trouxe outros títulos do mestre em edições estupendas (Sob a Redoma). Em decorrência do seu tamanho e peso, eu procurei alternar a leitura entre o físico e o digital (que juntou o útil ao agradável).
Se você por um acaso já tem medo de palhaço, eu recomendo que se afaste. Agora, se você procura uma leitura extensa, cheia de detalhes e uma boa história de suspense/terror, abrace a causa (mesmo com o medo de palhaço).
"Ele soca postes de montão e insiste que vê assombração."
Esse post faz parte do I Dare You - Desafio Literário 2015, que possui 12 temas literários para os 12 meses do ano, baseados em datas comemorativas. No mês de outubro, o tema foi terror aonde deveríamos ler livro de horror, terror, suspense e susto. Sentir medo foi a única regra.
Oie! Eu quero muuuito ler esse livro. Amo muito praticamente tudo do Stephen. Apesar de eu ter meio que um nervosinho de palhaços, me parece ser muito interessante. Meu pai já leu e gostou.
ResponderExcluirBeijos,
www.girlfromoz.com.br
Pelo que li, o livro deve ser bem melhor que o filme... o confronto final com o Pennywise, no filme, é decepcionante...
ResponderExcluir