sábado, 3 de janeiro de 2015

O Diário de Anne Frank

Querida Kitty,


O Diário de Anne Frank Versão Definitiva - edição especial Anne Frank House, Anne Frank, 2013, 440 páginas, Livros do Brasil - Lisboa

Todos conhecem a história profundamente dramática da jovem Anne Frank. Publicado pela primeira vez em 1947, por inciativa de seu pai, o Diário veio revelar ao mundo o que fora, durante dois longos anos, o dia-a-dia de uma adolescente condenada a uma voluntária auto-reclusão, para tentar escapar à sorte dos judeus que os alemães haviam começado a deportar para supostos "campos de trabalho."
Tentativa sem final feliz. Em agosto de 1944, todos aqueles que estavam escondidos no pequeno anexo secreto onde a jovem habitava foram presos. Após uma breve passagem por Westerbork e Auschwitz, Anne Frank acaba então por ir parar a Bergen-Belsen, a escassos dois meses do final da guerra na Europa.

O livro foi escrito pela própria Anne Frank, destinado a Kitty, nome que dá ao seu Diário. Os relatos apresentados por Anne Frank mostram como era a vida no anexo secreto e o medo que acompanhava os moradores diariamente. Ora mostrando relatos da guerra e da difícil vida, ora mostrando sentimentos pessoais, O Diário de Anne Frank se mostra não somente sobre a vida de uma garota, mas traz um documento histórico acessível aos curiosos sobre o tratamento dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial na Holanda, até o fatídico dia que os moradores são presos.

O Diário de Anne Frank não é um livro qualquer. Mas sim um verdadeiro relato de uma judia durante a Segunda Guerra Mundial, mostrando a vida daqueles que se escondia das autoridades dentro de um anexo. Anne nos traz detalhes das restrições impostas aos judeus, bem como era o anexo secreto e algumas descrições de como eram seus dias, um verdadeiro relato histórico.

Por diversas vezes, sua leitura se mostrou extremamente chata, com fatos não tão relevantes sobre o período, alternando em mostrar sentimentos da autora, que durante os dois anos "presa" no anexo secreto passa a se conhecer melhor. Ao mesmo tempo que Anne se mostra grata por estar livre, traz também seus sentimentos à cerca dos que não tiveram tanta sorte. Além disso, mostra como as coisas foram difíceis no tempo que passou trancafiada. O livro traz uma história triste e sofrida que não traz um final feliz.

A edição que eu tive a oportunidade de ler está no português de Portugal - uma vez que foi editado em Lisboa. Por trazer uma pequena variação com o nosso português senti certa dificuldade em lê-lo. Contudo, é possível se acostumar com as diferenças e você se imagina "lendo com sotaque". O difícil foi ler o próximo livro sem colocar "secção" em "seção".

A obra é altamente recomendada aqueles que tem interesse por História, Segunda Guerra Mundial, a perseguição dos judeus na Europa (em especial na Holanda). Contudo deve-se estar atento que todos os fatos relatados durante sua narrativa realmente aconteceram. 

Existem três versões do Diário. A, B e C e este livro (O Diário de Anne Frank, edição especial Anne Frank house) é baseada na versão b, como consta em seu prefácio. O texto foi deixado exatamente como foi escrito, uma vez que quaisquer tentativa de edição seria inapropriada. A autora, Anne Frank tinha 13 na ocasião que ganhou o Diário do pai, e ele foi escrito entre 12 de junho de 1942 até 1 de agosto de 1944. Anne veio a falecer num campo de concentração com 15 anos, no final de fevereiro de 1945.

Otto, seu pai foi o único dos residentes do anexo que sobreviveu no campo de concentração, e foi ele que decidiu publicar o diário. O original se encontra no Instituto Neerlandês para a Documentação da Guerra. Aliás, tal ato foi citado durante o diário, quando a própria Anne descreve que o ministro do conselho, havia dito que após a guerra, seria feita uma coleção de diários e cartas relacionados a guerra.

Tua, Natália.

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4 comentários:

  1. Lembro que li quando tinha lá uns 12 ou 13 anos. Não lembro mais qual versão, mas achei bem forte na época.

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  2. Este livro é algo muito curioso, essa perspectiva de uma criança sobre este momento é algo realmente especial. Meu único contato com a obra foi uma adaptação para anime bem mais ou menos, mas já deu pra sentir um pouco do peso.

    Até

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  3. Te empresto depois o livro sobre o museu

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  4. Já tentei ler esse livro uma vez, mas achei muito massante, porém a vontade de dar novamente uma chance a ele vem crescendo. Gosto de histórias sobre a Segunda Guerra e acho diários uma ótima forma de leitura. Espero poder lê-lo em breve
    Até

    Vidas em Preto e Branco 

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