No Game No Life Novel 1

Vamos lá... comecem os jogos

No Game No Life 1, Yuu Kamiya, 275 páginas - 2014 - NewPOP

Conheça os irmãos gênios do mundo dos games. Sora e Shiro. Eles são NEETs e Hikikomoris, mas na internet são chamados de "lenda urbana". Esses dois, que sempre chamavam o mundo de "droga de game", foram convidados por um ser que se autodenomina "deus" para m novo mundo! Lá, esses deus proibiu as guerras e tudo é resolvido através de games, até os limites territoriais.
O povo Imanity foi encurralado e agora só tem a Capital como território. Sora e Shiro, os irmãos que sempre foram chamados de "inúteis", serão capazes de se tornarem a "salvação da humanidade".

A sensação do momento que fez a última edição do Ressaca Friends estourar de tanta gente. De acordo com relatos - porque eu não fui -, a fila para entrar na estande da NewPOP estava com espera de duas a três horas, justamente pela razão do lançamento da edição brasileira da light novel e do mangá de No Game No Life, com a participação especial dos autores, Yuu Kamiya e sua esposa Mashiro Hiiragi - que além de participar de palestras estariam autografando as obras.

No Game No Life 1 (novel) é o que podemos dizer de "roteiro original", já que foi a obra que deu origem ao anime de nome homônimo que estreou em abril de 2014. A história da light novel possui uma boa fluidez de acontecimentos, sendo estes deveras parecido com os do anime. Se fôssemos encaixar a história deste primeiro livro, com certeza abordaria os acontecimentos até o episódio 5 (Weak Square), que engloba os principais acontecimento: apresentação da dupla kuhaaku, Shiro e Sora chegando a Disboard, o duelo com Clamy, ascensão ao trono de Elquia e o desafio imposto pelo deus Tet a condição kuuhaku - que nunca perdem.

Para os reclamões de plantão (mimimi's), que não curtem echi, prepare-se (ou passe longe da história), porque aqui elas são constantes e aparecem muitas vezes durante a narrativa. É o que Yuu Kamiya consegue fazer de melhor com a sua arte e isso é transportado para a escrita.

- Segunda... cena... Depois, da queda... Inevitavelmente... Apalpar os seios." p.106

Por ter outra abordagem narrativa (diga-se de passagem, outra perspectiva) os capítulos iniciais focam-se bastante no sentimento "solidão" e o que isso significa para o nome kuuhaku com relação ao mundo real, ou a droga de game. Aliás, várias outras perspectivas são abordadas durante a leitura, o que de certa forma enriquece a obra como um todo.

"É um game banal, sem regras ou objetivos claros. Há mais de 7 bilhões de jogadores, jogando sem respeitar ordem alguma." p. 35 e 36

No Game No Life possui um formato realmente pocket (de bolso) em comparações a outras light novel lançadas anteriormente, como por exemplo Madoka Magica - The Novel, dando ao livro um aspecto bastante cute-cute. A edição, aparentemente com o formato ficou boa, uma vez que as inexistente orelhas de Madoka Magica Novel estão presentes aqui (para nossa alegria). Um glossário também fez-se notar ao término da história, contudo, talvez desnecessário, pois a NewPOP optou por colocar notas de rodapé durante sua narrativa (ou vice e versa). 

comparando a light novel de Madoka com No Game No Life

Bom, mas podia ter sido melhor

Contudo, o ponto baixo da edição é justamente sua revisão, que deixou muito a desejar. Não que as obras maiores estejam livres de erros de digitação ou até mesmo de tradução, mas em No Game No Life Novel 1 os erros são gritantes, indo desde concordância verbal até nome da personagem. É triste, e até revoltante pagar o preço de R$21,90 por uma edição tão amadora, (e olha que deve ter muito site por aí que traduz com menos erros). E que o valor gasto tenha sido devidamente utilizado afim de alimentar o revisor para o próximo volume (prestem mais atenção!).

No mais, No Game No Life Novel 1 é um ótimo meio de leitura para você que só lê mangás. É um outro tipo de literatura que funciona muito bem - apesar de você se sentir incomodo com a gravidade da quantidade de erros presentes -, vale a pena investir. Eu vou dar uma segunda chance, afinal, todos merecem, mas se os problemas persistirem, infelizmente não gastarei mais para esta novel (e acho que todos deveriam fazer o mesmo, um tipo de boicote).

Yuu Kamiya é o pseudônimo de Thiago Furukawa, e escreveu a light novel enquanto estava de molho no hospital. As ilustrações da novel foram feitas por ele próprio.

Escrito por alguém que faz parte da raça mais fraca

Esse post faz parte do Desafio Literário 2015, que consiste em completar 12 objetivos lendo livros para os 12 meses do ano, baseados em 24 itens a serem escolhidos pelo leitor. * 24. Um livro com epílogo