Netflix explorando o desconhecido da Marvel
Depois do sucesso de Demolidor na locadora vermelha, novembro do ano passado foi a vez de outra heroína da Marvel (não tão conhecida) dar as caras por lá, afim de preparar o terreno para outro grupo de heróis da franquia, Os Defensores - que contará com o próprio Demolidor (que volta com uma nova temporada em março), Luke Cage (que virá em abril) e Punho de Ferro e ou Justiceiro.
A não tão nova série da Netflix, traz uma trama mais sombria do que o típico melodrama que costuma envolver histórias de homens usando capa. Na trama, baseada numa HQ do início dos anos 2000, segue uma heroína que, depois de uma experiência traumática, usa seus poderes para encontrar e conter o vilão. A partir de uma investigação atrás de uma garota desaparecida, somos introduzidos logo de cara ao principal objetivo da série e também ao megalomaníaco Killgrave (que nos quadrinhos é conhecido como Homem Púrpura). Claro, Jessica não é um exemplo de pessoa. Ela em si é um verdadeiro caos: vive cronicamente de ressaca e acaba mostrando sua obsessão pelo vilão, isso sem contar seus super-poderes que incluem super força, certa resistência e capacidade de saltar alto.
Diferente do que as séries de super-heróis costumam mostrar, Jessica Jones não possui um vilão por episódio, e acaba trazendo uma abordagem bastante parecida com a de Demolidor - ou até tão mais realista quanto. Logo de início, Jessica tem sinais de que Killgrave (interpretado estupendamente bem por David Tennant, o Doctor de Doctor Who) está novamente no pedaço. Só para manter um suspense, optaram por utilizar tons roxos quanto a proximidade do vilão nos primeiros episódios, uma alusão ao seu codinome nos quadrinhos (Homem Púrpura), que também tem poderes: a capacidade de controlar as pessoas com quem conversa através da exalação de feromônios, roubando a força a vontade de uma pessoa, deixando-a suscetível às suas sugestões.
A origem da personagem, tais como Jessica adquiriu seus poderes ficou muito para segundo/terceiro plano, pois a série não teve a finalidade de explicar tim tim por tim tim sua origem - como fez com Demolidor. Ao menos, somos apresentados ao basicão: que após um acidente de carro (aonde deve ter entrado em contato com diversos produtos radioativos), Jessica passa a ter seus poderes. A série não é focada exclusivamente nisso, e sim em como pode existir uma anti-heroína atormentada e imperfeita, com problemas iguais à todo mundo onde nem sempre a superação é fácil (lembram que ela vive cronicamente de ressaca? Pois é, ela é alcoólatra). Claro, a personagem não fica se dando de vítima na história, pois ela sabe que em algum lugar vai haver alguém com problemas piores do que os dela.
Enquanto a trama vai se desenrolando - e o suspense vai diminuindo -, temos pequenos interlúdios de personagens que em algum momento foram influenciados por causa dos poderes de Killgrave, servindo como incentivo na luta de Jessica contra seu maior vilão, como quando sua amiga de infância Trish Walker (celebridade conhecida como Patsy, que inclusive chegou a cogitar uma roupa de heroína e codinome) é quase morta pelo vilão através do Sargento Simpson (umas das pessoas controladas por Killgrave) e que possui sua própria motivação, ou o próprio Luke Cage, que teve sua vida afetada indiretamente. Sem contar com a participação da já conhecida Clare (a enfermeira noturna de Demolidor), mostrando como tudo pode estar interligado, uma vez que a trama acontece em Nova York, que foi palco de outras histórias Marvel, como a mais conhecido do "o grandão verde e seus amigos".
Por ser uma série investigativa, Jessica Jones não é focado na pancadaria (embora tenha lá suas cenas de ação) - e o final ficou meio chifrim, vamos confessar -, fazendo com que a seus treze episódios sejam um tanto paradão para os padrões Marvel - se você for assistir esperando algo ao estilo Demolidor, a decepção será um tanto grande. Ao invés de ser focado em ação, Jessica Jones fala umas verdades por aí, fala o que tem que ser falado e prova que a personagem não tem papas na língua. Aliás, a série é mais do que uma história de super-heróis, é também uma história sobre escolhas, consequência e um monte de outras coisas reais e um tanto cruéis.
Jessica Jones não é uma série que pode ser assistido por qualquer pessoa e consegue ir mais além do que Demolidor nessa questão, possuindo classificação etária de 18 anos (+18), por trazer cenas de "sequiçu", violência, xingamentos por parte de uma protagonista alcoólatra. Tudo isso se deve ao fato da personagem fazer parte das publicações com o selo MAX da Marvel, que traz histórias mais adultas e violentas. Aliás, qualquer semelhança com a série Alias - Codinome Perigo não é mera coincidência.
Na época que o rascunho deste texto foi escrita (18 de janeiro de 2016), foi confirmada a segunda temporada de Jessica Jones. Ainda não se sabe quando será, mas deve acontecer ainda este ano. Demolidor retorna no dia 18 de março e Luke Cage estreará sua própria série logo depois, em abril. Logo, logo estaremos presenciando mais um grupo de heróis Marvel juntos.
Já acabou Jessica?
Wowww... Parabéns pelo review, super completo. Ainda não terminei todos os eps, mas me encontrei com um dilema que me compromete: eu detesto a atriz que interpreta a protagonista porque desde Apto 23 ela faz o mesmo papel, os mesmos trejeitos e aquilo me irrita :/ HAUEHAUEHUAEEHUE
ResponderExcluirSe ela tivesse sido escalada pra J. Jones como seu primeiro trampo seria perfeito, porque a personagem parece ter sido "feita" para ela hahahahaha.
Contudo, adorei o enredo, a fotografia, os diálogos, os coadjuvantes e etc, é uma série muito boa e meu único conflito em relação ao show é comigo mesma (a implicância com o mais do mesmo) ahahha
E adorei teu cantinho :)